segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Festas? Como assim?

Eu sempre achei que estaria preparada para enfrentar de cabeça erguida e coração tranqüilo a primeira saída noturna da minha filha. Doloroso engano. Claro que eu já havia deixado ela em aniversários, mas desses que começam as 19 horas e terminam as 22h. Nunca, além desse horário.

Mas nesse último sábado, foi diferente. Ela foi convidada para um aniversário de 15 anos de uma coleguinha, digo, amiga de escola (olha ai, eu com a síndrome de que ela ainda não cresceu. Coleguinha a gente usa quando os filhos ainda estudam no maternal).

A festa era dessas só para os amigos, nada de levar a família. Até aqui eu tirei de letra, mas quando li no convite que a festa começava 21:30h, comecei a ficar nervosa, porque uma festa que tem início nesse horário só deve terminar (no mínimo) uma hora da manhã.

UMA HORA DA MANHÃ? COMO ASSIM? MINHA FILHA CHEGANDO EM CASA UMA HORA DA MANHÃ?

Calma...calma...respira...respira...

Depois de tudo assimilado, foi preciso me voltar para a preparação do grande dia. Sábado fiquei por conta dela. Depois de comprarmos o presente fomos ao salão, onde ela cortou e escovou os cabelos e também fez uma maquiagem (meu Deus, ela fez maquiagem!).

Depois de toda pronta, olhei pra ela e pensei: Minha nossa, como cresceu!

Entramos no carro e partimos rumo ao local do aniversário. Chegando lá, ela me disse que ‘nada de beijo’ e que me ligava as duas horas para eu ir buscá-la. E eu fiquei olhando ela entrar na festa, se misturando aos outros convidados. Minha menina, minha pequenina, já é quase uma mulher (e nem ao menos me deu um beijo).

Cheguei em casa, arrumei os aparelhos celulares ao me lado, para a hora que ela ligasse. Só que eu dormi e o Aires colocou os telefones embaixo do travesseiro dele. E ela ligou. Ligou nove vezes e eu não ouvi.

Gente quando eu percebi o horário e a quantidade de ligações, comecei a me tremer (e isso pq haviam se passado só um minuto do tempo das ligações). Fiquei nervosa, tentava retornar mas parecia que o celular dela estava desligado ( na verdade era eu discando o número errado por conta do nervosismo).

Mil e uma besteiras passaram pela minha cabeça fértil em desgraças. Júlia veio a pé. Júlia sozinha na frente do Hotel Imperador Galvez (local da festa). Ladrões, delinqüentes, enfim, tudo de ruim que se possa imaginar. Até que ela ligou de novo e nessa hora eu já estava dentro do carro, pronta pra partir rumo à festa. Disse-me que estava vindo de carona com a melhor amiga.

Eu quase chorando fiquei no portão a espera de vê-la chegar. Enquanto ela, feliz da vida, entrou em casa correndo, tirou todos os acessórios, arrumou uma bolsa cheia de roupas e foi dormir na casa da amiga. E ainda por cima me deixou na expectativa de saber como havia sido a festa de aniversário.

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